sábado, 11 de fevereiro de 2012

Em cima da jabuticabeira, à pequena Casa Branca

                                                                                                                            por André Piranda

Estou agora em cima da árvore, e, em certo momento, percebo que ela é como certa cidadezinha que eu conheço no interior de São Paulo: Casa Branca.

Ao olhar para baixo vejo o centro, forte, grosso e aparenta ter história. Se eu pudesse ver mais a baixo veria as suas raízes, de onde tudo começou. Veria os ancestrais que estão em baixo da terra que fizeram ser possível toda história deste lugar.

Ao olhar mais para cima percebo que os galhos grandes se transformam em galhos menores e mais finos, gerações e gerações de pequenos ganhos formando a beleza da árvore-cidade em si.

Acabo percebendo também que estes novos galhos ficam cada vez mais distantes do centro, acabam alguns por se afastar de suas origens trilhando um novo e particular caminho, cada qual para um canto, dando origem a novos galhos cada vez mais finos e distantes com seus caminhos. Mesmo assim nenhum deles se desprende, não deixam de fazer parte da árvore-cidade e nunca se esquecem de onde vieram ou do que fez parte de sua vida.

Percebo um incomodo aqui em cima, deveria ter trazido alguma almofada para me sentir mais a vontade, preciso descer. Mas nunca me esquecerei deste momento, desta árvore-cidade, voltarei sempre que puder e com novos olhos para me sentir parte deste pedaço representativo de história que cresceu em meu quintal.

Um comentário:

  1. Andre muito bela sua visão entre nossas Jabuticabeiras e nós filhos diretos ou indiretos da Terra das Jabuticabeiras

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